Nesta semana como de costume e por minha admirável curiosidade, estava procurando algo para descontrair sem deixar de lado os assuntos sérios que abordamos aqui no blog.
Em uma de minhas buscas pela internet, encontrei esta historinha e resolvi compartilhar com vocês afim de fazer um a"pelo" (rs) e solicitar a ajuda de todos no que tange cuidados com nossos amiguinhos e também ao nosso planeta.
Espero que gostem e assim como eu, possam repensar em como você cuida de seu animal seja qual for a espécie.
Os créditos do texto é do Médico Veterinário Lélio Costa e Silva.
Eram
169 pulgas, 38 carrapatos e 75 piolhos. Todos moravam num cão de rua.
Naquele “planeta”, os carrapatos preferiam o interior das orelhas, os
dedos, a cernelha e as axilas. No dorso, lombo e abdômen viviam as
pulgas. Os piolhos no restante. O cão era uma coceira só. Sugavam o
sangue inoculando-lhe uma saliva irritante. Dia e noite, domingos e
feriados.
Um
dia alguém percebeu que o alimento estava caindo de qualidade – um
sangue ralo e cada vez mais cor-de-rosa. Seria necessária uma assembléia
de todos os moradores.
Na
semana seguinte teve início a I Conferência Planetária do Meio
Ambiente. O fórum escolhido foi o dorso do animal. Compareceram 292
pulgas, 94 carrapatos e 101 piolhos. Após a aprovação do regimento da
Conferência, uma pulga fez uso da palavra:
- Senhoras e senhores, tenho notado uma drástica diminuição dos nossos recursos naturais. O planeta está anêmico!
- As culpadas são vocês mesmos suas pulgas imediatistas… atacou uma fêmea de carrapato entumescida de sangue.
- Que nada, nós até sabemos reciclar…
- Não entendi, interpelou um piolho.
- Nossas larvas, futuras pulgas, são alimentadas com nossos próprios dejetos… isto é ou não é reciclagem?
- Acho que tudo é uma questão política, completou outro carrapato.
E a reunião prosseguiu acalorada.
De repente o “planeta” começou a balançar…
- Efeito estufa? Aumento da temperatura global? Queimadas? Terremotos? Ou efeito do buraco na camada de ozônio?
Na verdade era o cão que se coçava desesperadamente num solitário jequitibá… Ouvindo toda a discussão a árvore tentou ajudar:
- Gente! Vocês já ouviram falar em “desenvolvimento sustentável”?
Todos silenciaram para escutar.
- Antigamente essa praça era uma floresta. Inúmeras árvores de variadas espécies.
Produzíamos
flores, frutos, abrigos, sombra e madeira. As folhas mortas e os restos
dos animais se decompunham rapidamente com a ação do calor e da umidade
freqüente.
Assim
todos os nutrientes eram devolvidos à terra-mãe, alimentando-nos e
possibilitando o nascimento de novas plantas. Tudo aqui era
biodiversidade. Existiam orquídeas, bromélias, cipós e toda a vida
animal. As copas amenizavam a queda da chuva que suavemente deslizava
entre os galhos. Não havia erosão. De vez em quando cortavam algumas
árvores.
Nem
precisavam reflorestar. Nós mesmas fazíamos o replantio com a ajuda dos
morcegos, frugívoros, cutias, gralhas, borboletas, beija-flores e até
do vento. Assim a floresta se AUTO- SUSTENTAVA.
Mas
um dia começaram a nos desmatar além da conta… logo fiquei sozinha.
hoje virei mictório de cães e de gente. As minhas folhas são
impiedosamente varridas. Não têm mais o direito de apodrecer ao pé da
árvore-mãe…
- Mas afinal o que é desenvolvimento sustentável? – perguntou um piolho aflito.
- É cada um sugar sem exageros o alimento e dar tempo ao “planeta” de se recuperar…
- Vamos ter que produzir economizando, lembrou um carrapato demonstrando preocupação
- afinal todos nós podemos jejuar mais de um mês…
E
a plenária efervesceu. Foram criados manifestos e leis ambientais.
Publicaram a “Carta dos Ectoparasitos”. Elegera-se delegados. Todos se
comprometeram…
Ao final dos debates já haviam 3.090 pulgas, 2.348 carrapatos, 2.251 piolhos… No dia seguinte, o cão morreu.
Fim.